O futurismo sempre foi masculino e ocidental, baseado na tecnologia e no crescimento econômico. As crises atuais, porém, mostram que um futuro mais inclusivo pode ser o único possível
Por Lília Porto
Alguns anos atrás, dois proeminentes futuristas americanos (um homem e uma mulher), Joseph Coates e Jennifer Jarratt, enviaram para dez grandes empresas uma lista de 125 futuristas. Eles pediam que os executivos selecionassem quais deles teriam algo relevante a dizer sobre o futuro.
A seleção foi publicada em 1989, no livro What Futurists Believe. Os 17 futuristas selecionados eram homens, todos brancos e de meia-idade. Nenhum fora do Ocidente e nenhuma mulher. Na época, houve críticas não tanto pelo conteúdo e pelas conclusões, mas pelo viés da amostragem.