Por José Francisco Botelho

No início, o ser humano criou a arte e a ciência. Das sementes das plantas, fez tintas. Das paredes das cavernas, fez telas. De paus e pedras, fez pincéis, cinzéis e outros utensílios. Domou o fogo, singrou os mares, pintou a Mona Lisa, pisou na Lua. Como conseguiu fazer tudo isso?

A criatividade é um enigma talvez, o mais antigo enigma da humanidade. Para o filósofo grego Platão, o poder de criar novas ideias era um dom divino, um dom para poucos. Já as teorias contemporâneas definem a criativida-de como um processo mental que ocorre em todos os indivíduos embora alguns sejam mais criativos que outros. Isso porque, para ser criativo, não basta imaginar; é preciso ter a capacidade de passar da fantasia à possibilidade de realização. “Uma característica importante da criatividade é a de romper com os modelos preestabelecidos, promovendo e provocando descontinuidades e assinalando, de uma forma ou de outra, uma nova etapa, uma renovação”, escrevem os pesquisadores Tarcisio Vanzin e Maurício Manhães, em artigo do livro Criatividade e inovação na educação, publicado em 2015. “Criatividade é também a capacidade de criar uma solução que é ao mesmo tempo inovadora e apropriada, constituindo um novo conhecimento nas mentes dos indivíduos”, dizem no livro.